Lúpus, Fibromialgia e Alzheimer: Como a terapia pode ajudar a lidar com essas doenças?
O Lúpus é uma doença inflamatória autoimune que causa lesões e inflamações na pele (lúpus cutâneo) e órgãos internos (lúpus sistêmico). Pode ser diagnosticada através de exames de sangue e urina e não é transmissível. A Fibromialgia tem por sintoma mais característico dores generalizadas, que podem ser nos músculos, nas articulações ou em ambos, cuja duração ultrapassa três meses e a explicação orgânica não é encontrada, ou seja, os exames médicos não encontram explicação para tais dores.
Também acarreta alterações no sono e fadiga, além de alterações cognitivas, como dificuldade de concentração e esquecimentos. Por fim, o Alzheimer, conhecido popularmente por ocorrer com frequência em idosos, é um tipo de demência neurodegenerativa que provoca sintomas como restrições cognitivas, perda de memória, irritabilidade, agressividade, entre outros.
As doenças crônicas são classificadas em três grupos: doenças de curso progressivo, de curso constante e reincidentes ou episódicas. A partir dessa classificação, considera-se o Lúpus uma doença crônica reincidente/episódica, a Fibromialgia uma doença crônica constante e o Alzheimer uma doença crônica progressiva.
O que essas doenças têm em comum?
Em primeiro lugar, por serem todas doenças crônicas não têm cura, mas o tratamento adequado e precoce aumenta consideravelmente a qualidade de vida dos indivíduos que as possuem. O tratamento varia entre os quadros, mas em todos a psicoterapia é parte essencial.
O adoecimento é, psicologicamente, um potencial momento de crise, que requer reações de ajustamento. Quando trata-se de uma doença crônica, esse potencial aumenta, pois esses ajustes ganham peso a longo prazo, trazendo eventuais limitações. Além disso, consideramos o adoecimento como uma experiência complexa que envolve aspectos biopsicossociais, ou seja, biológicos/físicos, psicológicos (mentais, emocionais) e sociais, sendo portanto uma experiência única para cada pessoa.
Num grupo com cinco pessoas com fibromialgia, por exemplo, cada pessoa vai relatar um sentido, uma causa e um quadro de sintomas diferente.
Como a terapia pode ajudar?
Diante dessa complexidade, o tratamento indicado pelo modelo médico, que considera o corpo físico acima de tudo, mostra-se insuficiente, afinal os determinantes da saúde estão localizados fora do sistema de assistência à saúde. Sendo necessário então integrar outras especialidades para alcançar uma boa qualidade de vida.
A Psicologia lança mão de um dispositivo tecnológico de destacada relevância nas propostas de humanização da saúde: o acolhimento, estando esse dispositivo presente na terapia, cujo diferencial de uma conversa comum é a qualidade da escuta. Através do acolhimento a pessoa pode sentir-se mais segura para viver seus sentimentos e encontrar novas formas de enfrentamento.
Além disso, um trabalho importante da terapia é trabalhar a responsabilização, entendendo que responsabilizar-se implica correr o risco de tornar-se caução de suas próprias decisões, mas comprar esse risco vale a pena a fim de ser protagonista da sua história e do seu tratamento.
A terapia proporciona também um espaço onde é possível ressignificar as vivências de modo a ajudar na criação de novas formas de enfrentá-las de forma saudável a partir dos parâmetros do próprio indivíduo, o que é de suma importância para alcançar uma boa qualidade de vida, além de contribuir para a diminuição da ansiedade causada por esses quadros pela sensação de proatividade e protagonismo.
Considerações finais
Do ponto de vista do bem-estar individual e do desempenho social, a percepção individual sobre a saúde é que conta, em outras palavras, independente do seu diagnóstico médico é possível viver bem e com qualidade de vida, e a terapia é um meio essencial para te ajudar a alcançar esse objetivo, auxiliando você a desenvolver boas estratégias de enfrentamento, ter protagonismo no seu tratamento e oferecendo um espaço de acolhimento.