Por que as crianças imitam os adultos?
Para o bem ou para o mal, as crianças imitam os adultos. Quase sem percebermos, seus olhares infantis nos estudam e analisam, integrando comportamentos, copiando gestos e internalizando palavras, expressões e até papéis. É claro que os filhos nunca serão cópias exatas de seus pais; a impressão que deixamos neles, no entanto, muitas vezes é decisiva.
Isso é algo que sempre esteve claro no campo da psicologia do desenvolvimento. As pessoas aprendem imitando comportamentos que veem em seu entorno, a partir dos modelos sociais com os quais crescem ou interagem.
Portanto, as crianças não imitam apenas os seus pais. Como sabemos, elas não vivem em ambientes isolados. Atualmente, elas têm mais estímulos sociais do que nunca, e até “modelos” que vão além da casa e da escola. Também não podemos esquecer a televisão e as novas tecnologias, pelas quais elas se movem desde a mais tenra idade como verdadeiros “nativos”.
Tudo o que veem, ouvem e acontece ao seu redor as influencia e as determina. Nós, adultos, somos um vasto teatro de personagens que elas imitam e que acabam influenciando o seu comportamento e até sua maneira de entender o mundo. Vejamos mais sobre o tema a seguir.
Por que as crianças imitam os adultos?
Sabemos que as crianças imitam os adultos, mas por que elas fazem isso? Esse comportamento quase instintivo nos seres humanos (e também nos animais) serve mais do que apenas para aprender. Imitar também constrói um sentimento de pertencimento e ajuda os humanos a se identificarem com um determinado grupo.
Então as crianças são realmente como esponjas e tendem a imitar tudo o que veem? Com que idade elas começam a prestar atenção no que as rodeia para começar a modelar? Analisemos essas e outras questões.
Quando as crianças começam a imitar os adultos?
Sabemos que a imitação começa logo após o nascimento. Alguns recém-nascidos copiam movimentos faciais, como colocar a língua para fora. No entanto, esse processo não amadurece até que eles tenham mais de um ano de idade.
Por sua vez, bebês de seis meses já entendem o comportamento intencional. O que isso significa? Significa, por exemplo, que quando veem a mãe ou o pai se aproximarem para pegá-los no colo, eles se sentem bem. Eles já entendem quais coisas são agradáveis e desagradáveis em sua rotina diária. Tudo isso forma a base para que reconheçam padrões e comportamentos e entendam que, após algumas ações, outras ocorrem.
É entre 19 e 24 meses que as crianças começam a copiar muitas coisas que veem nos outros. Imitam seus pais, seus irmãos mais velhos e também aquelas pessoas que elas podem assistir na TV. Elas fazem isso para aprender, mas também para serem iguais aos outros e se sentirem parte de um grupo social.
As crianças escolhem quem e o que imitar?
Antes de chegar à questão de se as crianças imitam apenas por imitar ou se elas tendem a escolher o que copiar, é interessante saber que existem certos estímulos que as atraem mais que outros.
Foi descoberto que quando uma criança é cercada por outras crianças da mesma idade e também por adultos, ela tende a imitar o comportamento de seus colegas. Os neurônios-espelho se ativam muito mais quando elas estão com alguém com características semelhantes a elas.
Por outro lado, quando uma criança precisa aprender algo em particular, ela se volta para os adultos. Este princípio se encaixa na teoria da zona de desenvolvimento. Em outras palavras, elas sabem que, com o suporte adequado, podem passar para outro nível, para outra fase de maior competência. Mas para isso, precisam de “modelos especializados”, isto é, adultos.
Outro detalhe certamente despertará o seu interesse. Crianças de 18 meses já tendem a imitar o que lhes é familiar quando é repetido várias vezes e acompanhado pela linguagem. De fato, é assim que os processos comunicativos amadurecem.
As crianças não sabem se o que imitam é adequado ou não
Durante um período específico de suas vidas, as crianças imitam os adultos em excesso e de maneira mimética. Essa “superimitação” ocorre durante os primeiros cinco anos de vida. Isso significa que elas ainda não possuem um senso crítico ou um pensamento mais sofisticado para inferir se o que os adultos fazem ou dizem é adequado, útil ou moral.
Conclusão
Todos esses dados apoiam a nossa intuição. As crianças aprendem observando tudo ao seu redor, mas elas prestam atenção especialmente a suas mães e seus pais. Ser o seu melhor modelo é uma grande responsabilidade, e talvez a mais importante de todas.
De nós, elas aprenderão o bom e o ruim, e cada adulto será o espelho no qual, durante um certo tempo, elas se veem. Portanto, cuidemos ao máximo de cada comportamento, cada gesto e cada palavra para que sirvam como um ponto de partida para sua felicidade e bem-estar.