A vida é a sucessão de sonhos que se realizam. Passamos a vida na tensão de perguntar: O que sou?, O que quero ser?, O que vou ser?, O que queria ser e ainda não fui?.
Diz-se que, na infância, todos queremos crescer e envelhecer rapidamente. E pensamos que é na juventude que se vive a vida ao máximo, que ela é o momento pleno da vida, e que a vida adulta, e a velhice ainda mais, são tempos rotineiros, com menos desafios.
Todavia, na sucessão de sonhos realizados, descobrimos que crescer acarreta novas interpelações, novas exigências: vai-se para a escola, aprende-se, cresce-se em inteligência e habilidades; criam-se novas amizades; estabelecem-se novos graus de relacionamento com os pais, irmãos, familiares e parentes; a vida passa a exigir que suemos para ter o pão de cada dia e a diversão das horas vagas.
Sempre em construção
Somos chamados a crescer e a amadurecer ao longo de toda a vida. Nunca estamos terminados. Da condição de filhos podemos passar à de pais e à de avós; de amigos, podemos tornar-nos namorados e casal; de aprendizes, convertemo-nos em profissionais.
Ao amadurecer, isto é, progredir, a nossa personalidade, entendemos que, mais do que estar no mundo, nós temos um papel, uma tarefa a desempenhar neste mundo, contribuindo para o seu progresso. E percebemos que temos talentos para realizar a tarefa para a qual nos sentimos atraídos, mas que precisamos de os aperfeiçoar.
Vocação e profissão
Realizar uma actividade, ter uma profissão, um emprego, é o nosso modo de responder com seriedade aos desafios a que a vida nos chama. E exige responsabilidade e competência.
Para escolher um curso, que levará a um ramo determinado de profissões e desempenhos, paramos para reflectir? Perguntamo-nos: o que é que quero oferecer-me a mim mesmo em termos de auto-realização? E o que é que eu quero oferecer ao mundo? De facto, ao exercer uma profissão oferecemos muito à sociedade: abundantes horas, intensa dedicação, muito empenho, imensas desilusões, esforços gigantescos, excessivas preocupações e, sobretudo, mexemos com a organização do mundo e com o seu progresso e desenvolvimento, nos campos social, económico, estético, filosófico, religioso.
Preparação e desempenho
Há pessoas que ocupam lugares de chefia em empresas porque os receberam em herança dos pais, ou porque os progenitores os colocaram lá. Aparentemente não precisaram de se esforçar. Na prática, ou têm mesmo “queda” para o assunto ou estarão desenquadrados, com prejuízo para eles, para os funcionários e para a sociedade que devia beneficiar com dita empresa.
Há pessoas que têm talentos inatos que lhe valeram um desempenho profissional óptimo, mesmo sem ter grande formação académica. Precisaram, sim, de esforço e persistência. Por exemplo, José Luís Simões, presidente do grupo de transporte e logística Luís Simões, que aprendeu lições de vida no Mercado da Ribeira a vender hortelã e salsa.
Também há milionários que começaram em profissões ditas humildes: Patrick McGovern, fundador do International Data Group – que publica perto de 300 revistas em 85 países –, começou por entregar jornais. Mas nessa tarefa colheu o método para o êxito: Aprendi que o meu trabalho consiste em encontrar clientes e deixá-los satisfeitos.
Optar pela carreira certa
Sem orientação, o adolescente terá dificuldade para fazer uma boa escolha. O aconselhamento da escola e da família é fundamental.
– Seja incentivado a conversar com professores, a ler sobre os assuntos que lhe despertam interesse e a visitar sítios de orientação profissional.
– Pesquise as profissões em conjunto com os pais e informem-se sobre os cursos e a duração dos estudos.
– Procure ajuda de um orientador vocacional.
– Se demonstra interesse por uma área específica, vá conhecer o dia-a-dia dessa profissão.
– Debata as várias funções da profissão e o leque de possibilidades que oferece.
– Conheça a faculdade antes de se inscrever.
– Gostar da carreira, acima de tudo, e não olhar só para o ganhar bem. O trabalho feito com mais dedicação dá bons resultados.